20 novembro 2013

Never Too Late - Parte II


Malibu, Califórnia, 11 de Julho, quinta-feira.

Ao contrário de ontem, acordei atrasada pra o trabalho – o que não era muito frequente, culparia meu despertador, mas a culpa foi de certo cidadão que fugiu com meu sono – e fiz de tudo pra chegar na hora certa, felizmente consegui, mas não pude conferir meu horóscopo, o que me deixava tensa e sem saber o que esperar do meu dia. Assim que cheguei à loja, aproveitei que praticamente não havia clientes e usei – escondido – o computador do caixa para finalmente me atualizar com os astros.

“Confie mais na sua intuição sobre as pessoas. Muitas vezes você está certa, mas duvida da sua percepção. No amor, não existem certezas, só sentimentos. Nas amizades, certamente uma amiga pode te ajudar a esclarecer algumas situações ou dúvidas. Nas férias, encare a vida com leveza e alto astral.”

Quando terminei de ler observei a loja e percebi que ninguém estava me notando e como não havia nenhum cliente para atender, continuei sentada na cadeira, peguei um alicate na minha bolsa e comecei a mexer nas minhas cutículas, o que já tinha virado uma mania quando eu não tinha nada pra fazer. A cada 5 segundos eu volta a observar a loja para ver se algum cliente tinha entrado, mas tudo continuava a mesma coisa, até que eu escuto uma voz conhecida do outro lado do caixa.

– Trabalho super legal o seu – John falou com um sorriso de tirar o fôlego e se apoiou no balcão – fica sentada, não olha quem chega e ainda tem tempo pra ajeitar a unha.
– É que o movimento hoje ta fraco... – eu sorri.
– Dá pra perceber! – ele riu mais abertamente e olhou para a tela do computador fazendo uma careta. – você acredita em astrologia?
– Conferir o horóscopo todos os dias é acreditar? – eu perguntei receosa, afinal, aquilo parecia ser algo ruim pra ele.
– É. – ele falou balançando afirmativamente a cabeça.
– Então sim, eu acredito. – dei de ombros. – você veio aqui hoje só pra falar mal do meu trabalho? – perguntei rindo.
– Que bom que você perguntou! Hoje eu to procurando uma bermuda. – ele deu outro daqueles sorrisos magníficos. – e antes que você pergunte, eu não sujei a que eu to usando.
– Seria muito desastrado da sua parte aparecer com ela suja de bebida. – falei rindo e o fazendo rir. – tem preferência de cor?
– Não, a que você achar bonita está ótimo. – ele disse e eu fui em direção a uma estante onde as bermudas de todos os tamanhos eram guardadas, assim que puxei a quinta bermuda, o monte que estava em cima da mesma desabou em cima de mim, e uma caiu bem no meu olho direito.
– Você ta bem? – John perguntou quando me ouviu gritar e colocar a mão por cima do olho.
– Meu olho ta doendo muito! – falei ainda com a cabeça baixa.
– Relaxa, não foi nada de mais... – ele disse receoso.
– Você ta louco? Vou ficar parecendo uma pirata! – Olhei indignada pra ele com a minha mão ainda sobre meu olho.
– Lógico que não vai! Só deve ta um pouco vermelho, tenta abrir. – tirei a mão do olho e fui abrindo aos poucos. – ta vendo? Nem ficou vermelho.
– Obrigada, acho que me desesperei. – falei sem graça.
– Sem problemas. – Ele riu e logo em seguida foi na direção dos provadores já com algumas bermudas que eu tinha separado.
– Como é morar aqui? – ele me perguntou enquanto provava a bermuda.
– É legal, não tenho como comparar porque nunca morei em outro canto. – respondi. – você ta gostando daqui?
– To adorando! Essa cidade é pequena, mas é incrível! – ele falou ainda dentro do provador.
– O hotel ta servindo bem você?
– Que hotel? – ele saiu e olhou pra mim com uma cara confusa.
– O que você ta hospedado... – falei rindo.
– Não to em nenhum hotel, e não gostei dessa bermuda. – ele falou ignorando totalmente a minha futura opinião de que a bermuda estava ótima e entrando novamente no provador.
– Então você tem uma casa no litoral? – falei receosa, ele era muito legal, mas eu estava praticamente pedindo o endereço dele, ou não.
– A casa não é minha, é de um amigo meu, ele chamou os amigos pra passar o verão aqui e eu estava no meio, agora eu vou vir sempre que puder. – ele falou.
– Pelo visto gostou mesmo daqui. – eu disse rindo assim que ele saiu do provador e balancei a cabeça positivamente.
– Você não imagina o quanto. – ele olhou sorrindo pra mim e eu tive a impressão de que o ar me faltaria a qualquer segundo. – Também não gostei dessa.

Após provar todas as bermudas, John terminou levando a segunda bermuda que havia provado e quando foi se despedir de mim, ao invés de um aceno de longe, ele me abraçou, o que só fez com que minhas pernas tremessem e meu coração acelerasse. A beleza dele era tão grande que chegava a ser impossível caber em um homem só. Assim que ele deixou a loja, Tiffany veio falar comigo, o que eu já imaginava que iria acontecer.

– Já ta toda amiguinha dele não é? – ela disse maliciosamente. – eu disse que ele tava a fim de você.
– Ele só é um homem gentil que está passando as férias em Malibu e quer gastar seu dinheiro com roupas. – falei sentindo que aquilo não era totalmente verdade, afinal, se fosse só isso ele teria levado mais de uma bermuda, ou mais coisa do que apenas uma bermuda.
– Kim, pensa bem – ela falou seriamente. – o cara apareceu aqui ontem e comprou uma camisa, até ai tudo bem, mas ele veio hoje de novo, te procurou, e provou todas as bermudas possíveis com a numeração dele, que a propósito ficaram perfeitas, e levou a segunda que ele tinha provado, sendo que enquanto isso ele conversava com você.
– E daí? – perguntei me fazendo de idiota.
– E daí que ele só queria passar um tempo com você! – ela disse indignada. – o cara é lindo, gentil, legal e você fica rindo feito uma boba quando ta conversando com ele, se ele vier aqui amanhã de novo, casa com esse cara Kim, porque ele realmente vai estar a fim.
– Você é louca! O John só me viu ontem! – me defendi rindo.
– Isso não impede nada... – ela cantarolou. – não é como se ele fosse um assassino ou um estuprador, ele parece ser bom.
– Ele disse que é professor de química na universidade de San Diego. – mordi o lábio.
– Ih amiga, então vai fundo porque esse é um bom partido. – Tiffany riu.
– Não sei, ele parece ser... Um ótimo partido. – falei rindo.
– Então confia na tua intuição! Se você sente que ele é um “ótimo partido” – ela fez aspas no ar com as duas mãos – vai em frente! Não duvido nada ele aparecer aqui amanhã pra comprar outra roupa!
– Você tem razão, mas ainda acho que ele nunca olharia pra mim! – fiz uma cara sofrida.
– Vira essa boca pra lá menina! Vou atender aquele cliente, sabe como é, eu não tenho nenhum pretendente que é professor de química, preciso me sustentar. – ela falou fazendo graça e recebendo uma careta de mim. Meu horóscopo nunca esteve tão certo quanto esteve nesses dois dias, Saturno realmente é ótimo em fazer surpresas.

http://bit.ly/1hHAVTl

3 comentários:

  1. Gostei de duas coisas no blog: Os posts. A primeira parte e a segunda de Never to Late. Cheguei a ler alguns capítulos de "Inspiration", já estou no capítulo 8.
    E gostei desse efeito no blog. São fantasmas?

    Posta logo.

    Beijos.

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  2. Ai que bom que gostou, espero que continue gostando da fic *-*
    *00* Obrigada por estar lendo, significa muito s2
    Simsim, são fantasmas ^^ se quiser eu ensino a colocar, é super fácil (:
    Postarei *-*
    E desculpe a demora para responder, estava em provas e não entrei, não sei se segue o face, pq avisei lá :/
    Beijos :*

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