04 dezembro 2013

Never Too Late - Parte V


Malibu, Califórnia, 14 de Julho, domingo.

“Saturno não irá largar do seu pé tão cedo, então deixe fluir a intuição e faça tudo o que seu coração mandar! No amor, não adianta tentar controlar o fluxo dos acontecimentos, renda-se a ele. Nas amizades, aquelas amigas mais empolgadas irão te incentivar. Nas férias, relacionamentos e diversão será um tema muito importante.”

Lá estava eu, deitada na minha toalha de praia, tomando um sol na famosa praia de Malibu, que estava praticamente lotada. As crianças se divertiam no mar enquanto os pais tomavam sol ou conversavam com os amigos, a paisagem era composta por várias gaivotas se misturando entre as pessoas, no mar existiam algumas lanchas paradas amarradas por cabos e vez ou outra era possível ver alguns golfinhos darem seus saltos encantadores. Era normal eu vir à praia sozinha, já que minha casa tinha acesso livre para a beira do mar, então já era lei todo domingo eu vir à praia ou ficar na piscina.

– Te achei! – John disse sentando-se ao meu lado e tirando um pouco meus óculos de sol.
– Fui pega. – falei dando de ombros e rindo.
– Então... – ele olhou para o lado e só então percebi que ele estava usando somente sua bermuda de banho e estava todo molhado. – a água ta uma delicia, não quer ir?
– Agora não, obrigada. – eu ri. – quando você chegou aqui? Eu to aqui há bastante tempo e não te vi.
– Eu tava caminhando com os meus amigos, quando te vi eu avisei a eles que ia ficar um pouco por aqui, então eu mergulhei e vim pra cá. – ele deu outro daqueles sorrisos que me deixam sem saber como respirar.
– Você já almoçou? – perguntei me sentando e olhando pra ele.
– Ainda não. – respondeu.
– O que acha de almoçar na minha casa? Eu peço pra cozinheira caprichar no almoço... – olhei ansiosa para ele.
– Sobre a sua casa... – ele comentou desconfortável. – quando...?
– Se você for almoçar comigo eu prometo te explicar tudo! – falei o interrompendo. – e então?
– Tudo bem. – ele disse e em seguida direcionou seu olhar para o mar.
– Então vamos? Só prometa que não vai se cansar, porque minha casa é muito longe! – falei rindo.
– A gente vai de carro então, a casa que eu to é um pouco perto. – ele deu de ombros.
– Eu to brincando! A minha casa é bem ali – me virei de costas e apontei para a minha casa.
– Ah sim, então vamos! – ele se levantou, esperou eu arrumar minhas coisas e logo em seguida pegou minha bolsa de praia, colocou em seu ombro e pegou minha mão.

Se eu dissesse que não tive um quase infarto na hora em que ele fez isso eu estaria mentindo. Segurar a mão do John foi uma das coisas mais certas que eu já havia feito na minha vida. Assim que chegamos à minha casa, deixei John na sala e fui até a cozinha pedir para botar mais um prato na mesa e pra caprichar bastante no almoço, pois eu teria um convidado especial, depois de muitos minutos terminamos de comer e fomos para a varanda, sentando em umas cadeiras que ficavam próximas da piscina.

– Pode começar. – ele falou sorrindo e me deixando nervosa.
– Ta legal... – revirei os olhos. – meus pais são ricos, muito ricos e querem que eu seja igual a eles. – sorri.
– Só isso? Então por que você trabalha naquela loja? – ele perguntou confuso.
– Porque eu tenho um sonho e como eu não quero assumir nada dos negócios da família, meu pai nunca me deixou realizar ele. Então eu trabalho lá pra juntar dinheiro e ir por conta própria.
– Que sonho é esse? – ele riu.
– Eu sonho em viajar pra Austrália desde que eu era pequena. – dei de ombros.
– Não brinca! – ele exclamou surpreso. – eu tenho esse sonho desde que eu era adolescente! Isso é muita coincidência!
– Pois é, muita coincidência. – disse rindo.
– Você fala da riqueza da família como se fosse uma coisa ruim... – ele falou pensativo.
– Porque é uma coisa ruim. – falei cabisbaixa. – do que adianta você ter todo esse dinheiro e não poder usufruir? Eles nunca me deixam usar o dinheiro pra uma coisa que eu quero, e nem eles usam pra nada divertido, sem falar que eles nunca estão em casa, então eu fico muito solitária.
– Você tem razão... – ele comentou. – mas você não gosta de nada disso? Muita gente iria querer estar no seu lugar.
– Eu sei disso, e eu adoro a vida que eu tenho, mas meus pais são exagerados demais, e eu não sou materialista. – dei de ombros novamente.
– Você é incrível. – ele comentou olhando pra mim e se aproximando quase imperceptivelmente, como se estivesse considerando a possibilidade de me beijar.
– Se lembra daquele convite pra ir mergulhar? – falei corada e mordendo meu lábio inferior.
– Lembro sim. – ele fez uma cara confusa.
– O que acha de ir agora? – perguntei já me levantando.
– Mas... – ele continuou confuso.
– Vem! – falei enquanto ia correndo e me afastando.
– Espera! – ele falou quando se recuperou e saiu correndo na minha direção. Corremos até chegar à beira do mar, e John se espantou quando me viu soltar os cabos e subir em uma das muitas lanchas estacionadas ali. Assim que entrei fui direto para o assento do motorista e tirei a chave que estava pendurada no meu pescoço, quando olhei pra trás vi que John ainda estava parado do lado de fora e olhando pra mim como se eu fosse uma louca.
– O que você ta esperando? – perguntei rindo.
– Você é louca? Achei que íamos tomar banho no mar, não invadir uma lancha. – ele falou espantado.
– Nós vamos mergulhar, mas não aqui, entra logo! – continuei rindo da cara dele.
– Eu não vou entrar nisso, vai que o dono chega... – ele tentou argumentar.
– O dono está parado no banco do motorista esperando você entrar! – o interrompi.
– Essa lancha é sua? – ele ficou mais espantado ainda.
– Lógico que sim, eu não iria entrar nas lanchas alheias, agora vem! – ri ainda mais, e então ele subiu na lancha e veio para o assento ao meu lado.
– Você por acaso tem habilitação pra dirigir essa coisa? Dirigir isso sem licença é crime sabia? – ele perguntou com medo.
– John, relaxa. – olhei pra ele e liguei a lancha. 

Após alguns minutos chegamos ao destino onde eu tanto queria levar John. Estávamos perto de uma ilha muito pequena aonde eu sempre ia quando precisava refletir e quando tinha tempo, ali se encontrava meu refúgio e bem ao meu lado se encontrava um John tenso sentado e se segurando muito forte no banco.

– Chegamos! – falei animada e parando a lancha.
– Nossa! Aqui é incrível! – ele disse maravilhado e finalmente se levantando. – por que me trouxe até aqui?
– Bom... Ontem você me mostrou o seu lugar prefiro em Malibu, hoje eu to te mostrando o meu. – sorri e me virei em sua direção. – e o melhor de tudo, a água aqui é quentinha.
– Então para de enrolar e pula logo! Antes que eu te obrigue. – ele riu e chegou perto de mim, me fazendo subir no banco e pular no mar.
– Ta com medo de se afogar? – perguntei quando voltei à superfície. – aqui é raso, não tem perigo.
– Nem tubarão? – ele falou receoso.
– Isso eu já não posso garantir, mas sempre vem gente aqui e nunca teve relato de nenhum tubarão, pula logo medroso! – gritei rindo.
– Se eu morrer, a culpa é sua. – ele falou e logo em seguida pulou.
– Você está sempre preocupado com alguma coisa não é? – perguntei.
– É minha essência, afinal, eu sou professor. – ele disse sorrindo divertido e ajeitando o cabelo molhado logo em seguida.
– Você devia parar de se preocupar mais e curtir um pouco, aposto que não vai se arrepender. – sorri e mergulhei.
– Acontece que eu não sou mais um adolescente, eu tenho que ter preocupações. – ele falou assim que pode me ver novamente e se aproximou de mim.
– Eu acho que a única preocupação que nós deveríamos ter agora – disse olhando em seus olhos e passando meus braços pelo seu pescoço, deixando nossos corpos praticamente colados. – é se o que eu quero fazer, também é o que você quer.
– Não sei o que você quer, mas eu vou fazer o que eu quero. – ele falou olhando meus lábios.
– Aposto que queremos a mesma coisa. – após eu dizer isso, ele acabou com a distancia existente entre nossos lábios, e colocou as mãos em minha cintura, depois de alguns segundos, John pediu permissão para aprofundar o beijo e assim que sua língua tocou a minha senti choques percorrem meu estômago, instantaneamente fiquei com calor e quase lamentei por aquela água ser quente, mas enquanto pensava nisso, John me puxou pra mais perto e tirou qualquer tipo de pensamento que não envolvia ele e aquele beijo da minha cabeça. Não sei quanto tempo havia passado desde que começamos a nos beijar, mas assim que ele se afastou de mim com um sorriso estonteante, quis voltar a beijá-lo imediatamente.
– Você faz com que eu me sinta um adolescente. – ele comentou ainda abraçado comigo e me olhando.
– Isso é bom ou ruim? – perguntei sorrindo e o olhando.
– Não tenho certeza, mas até agora isso só me fez sentir coisas boas. – ele sorriu e voltou a me beijar, fazendo com que eu sentisse todas aquelas coisas novamente, e eu me rendi completamente aquele momento, me rendi ao dia, e me rendi a John. Não adiantava querer controlar o fluxo dos acontecimentos quando tudo já tinha acontecido rápido demais, então deixei fluir a intuição de que John era perfeito pra mim e fiz tudo o que meu coração mandou, de quebra, ganhei um homem que tem o beijo mais maravilhoso desse mundo. Mais uma vez, obrigada saturno. 

http://bit.ly/1hHAVTl

2 comentários:

  1. Obrigada pelo comentário no meu blog da parceria, Tatii.
    De momento não consigo seguir o seu blog (ultimamente o meu blogger não está em condições para tal) mas estou a ler os seus posts.
    Quando o blogger der, eu sigo o blog. Vou ficar tentando.

    Bjs :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que isso (:
      Ahtah, tudo bem...
      Muito obrigada por estar tentando seguir, e por estar lendo *-*
      Beijos :*

      Excluir