22 setembro 2012

5 Canções - 2. Yellow

Amarelo

Sim, eu já percebi que, pra coisas que eu não devia falar, eu falo demais e, pras coisas que eu deveria falar, eu falo de menos, mas enfim...
Quando eu percebi que era ela quem eu queria, eu simplesmente não fiz nada. Deixei as coisas continuarem como estavam, tentei mudar o que eu sentia mas, claro, eu não consegui.
E aqui estou eu, tentando conquistar minha melhor amiga com músicas idiotas em um plano mais idiota ainda.
O meu problema é que eu nunca, nunca fui bom com as palavras. E a Ashley não é uma garota qualquer. Ela é minha melhor amiga e eu não podia simplesmente chegar e dizer "E aí, Ash. Tipo assim, tô a fim de você. Será que rola?".
Eu tinha que a fazer acreditar que eu realmente estava apaixonado por ela. Tanto que não aguentava mais esconder isso. E o que eu mais queria era fazê-la entender, ao mesmo tempo, que nossa amizade era importante demais pra mim e que eu não arriscaria ela por um sentimentozinho qualquer.
E claro, no fundo, mesmo que eu não admitisse pra mim mesmo, eu tinha esperanças de que no meio desse "plano" todo ela acabasse gostando de mim também.

- Você não vai me dizer quem é ela, Thomas? - Ash me enchia o saco, pra variar, com aquela história. Claro, eu sabia que isso aconteceria, era o objetivo da primeira música fazê-la ficar curiosa e me fazer finalmente dizer tudo o que eu sentia por ela, mesmo que ela não soubesse disso. Mas ela se lembraria no fim, quando percebesse que era ela a garota que eu gostava.
- Não, não vou dizer - respondi, entediado, jogado no tapete da sala dela enquanto ela estava sentada ao meu lado, jogando vídeo game e, como eu já disse, me enchendo o saco.
Quando ela perdeu o jogo, eu ri dela. Tinha optado por não jogar, já que ela ganharia de mim fácil demais, pois eu estava cantando mentalmente a música que tocaria pra ela mais tarde.
E, sim, eu sou muito impulsivo. Mas não era realmente minha culpa se eu estava há uma semana em dúvida de qual seria a próxima música que eu usaria e só a encontrei ontem, ou era?
Sim, Tom, a culpa é toda sua. Pode falar, vai...
- Tomzinho... - Ash chamou, daquele jeito meigo que definitivamente não combinava com ela.
- O que é? - perguntei, de olhos fechados, imaginando que ela ia me encher o saco pra descobrir quem era a garota que eu gostava de novo.
- Joga comigo? - ela pediu e, quando abri os olhos, ela estava fazendo um biquinho tão lindo que me fez suspirar.
O que é? Todo garoto tem um lado gay, tá?
- Tá bom, vai... - resmunguei, me sentando ao lado dela.
Eu já disse que ela é perfeita? A garota não é cheia de frescuras, não é fútil, tem um bom gosto musical e, além disso tudo, gosta de jogar vídeo game comigo!
Depois não venha me perguntar por que eu gosto dela, beleza?

Depois de muito tempo, estávamos os dois jogados no tapete, empanturrados de salgadinho e Coca-Cola e de saco cheio de jogar vídeo game.
Ash estava dormindo profundamente e, em um (outro) impulso, levantei e sacudi minhas roupas pra me livrar dos restos de salgadinho. Resisti à vontade de ficar observando Ash dormir, já que isso seria obsessivo demais até pra mim, e caminhei até o quarto dela.
Peguei o violão dela e sentei em sua cama. Tentava lembrar a música enquanto afinava as cordas do violão. A Ashley não sabia afinar. Na verdade, ela não sabia nem tocar, porque não tinha a paciência necessária pra aprender.
Sorri sozinho ao lembrar das milhares de vezes que tentei ensinar algo à ela e ela revirava os olhos, bufava, se sacudia, me xingava e reclamava que aquilo era muito chato e que se ela precisava passar por aquilo, não valeria à pena aprender a tocar.
- Tem um violão de enfeite. - resmunguei sozinho, olhando o violão que eu tinha dado a ela logo que acabei de afiná-lo.
Posicionei-o em meus braços e toquei os primeiros acordes da música. Precisava treinar.
- Look at the stars, look how... Droga. - parei de cantar e tocar quando percebi que minha voz estava realmente horrível. Pigarreei alto e tentei de novo. - Look at the stars, look how they shi... Porcaria! - me estressei. - Violão maldito que não fica afinado! - reclamei, como se fosse culpa do violão que eu tivesse esquecido de afinar uma das cordas.
Quando acabei, tentei começar de novo, mas dessa vez sem cantar.
Toquei a primeira parte da música várias vezes até não cometer nenhum erro. Quando fiquei satisfeito, comecei a acompanhar a melodia cantando.
Look at the stars, look how they shine for you, and everything you do, yeah, they were all yellow. I came along, I wrote a song for you, and all the things you do and it was called Yellow... - Fiz uma pausa e sorri, estava ficando bom! - So then I took my turn, Oh what a thing to've done, and it was all Yellow. - nesta parte, me empolguei e comecei a cantar com vontade, imaginando queAshley estava ali - Your skin, oh yeah, your skin and bones turn into something beautiful. Do you know? You know I love you so, you know I love you so...*
Ia começar a treinar a segunda parte, mas alguém batendo palmas me interrompeu. Levantei a cabeça e pude ver Ashley sorrindo e me aplaudindo. Meu sorriso se alargou. Não sabia que a minha imaginação era assim tão boa!
- Que lindo, Tom! - ela disse e foi aí que eu me dei conta: minha imaginação era uma merda. Ela estava mesmo ali!
Putaqueopariu, Thomas Fletcher, seu tapado!
- Ahn... Você gostou? - perguntei, enormemente sem-graça.
- Claro que eu gostei! - ela disse, agora sentando-se ao meu lado e quando ela chegou mais perto eu gargalhei. - Do que você tá rindo? - ela perguntou, confusa.
- Sua cara tá amassada, Ash! - eu disse, ainda rindo e ela me bateu, mas ria também.
- Você sabe que eu adoro essa música. - ela disse, suspirando. - Pena que você estragou ela com essa sua voz de taquara rachada.
Essa sim era Ashley Benson. A garota que odiava ser zuada e por isso tentava mudar o foco da zoação pra outra pessoa.
Sorri e me aproximei do ouvido dela.
- Não foi isso que você pareceu achar quando tava me aplaudindo. - provoquei e ela mostrou a língua.
- Ridículo.
- Linda. - soltei, sem pensar, e ela ficou vermelha. - Nossa, isso é uma coisa rara de se ver! - tirei sarro antes que eu também ficasse vermelho e ela revirou os olhos, mas ainda estava vermelha.
- Você é tão irritante, Thomas. - ela disse, sem olhar pra mim e eu sorri.
- E você fica uma gracinha vermelha desse jeito - provoquei de novo. Estava falando a verdade, mas ela não precisava saber disso, oras!
Ela me bateu, agora rindo.
- Por que você tem que ser tão...
- Gato? - completei por ela e ri. - Gostoso? - sugeri, com uma sobrancelha erguida e ela gargalhou.
- Me poupe, né? - ela disse e se levantou, caminhando pra fora do quarto.
- Ei! - chamei - Você não vai me dizer o que eu sou?
Ela riu, já saindo do quarto, mas depois colocou a cabeça pra dentro dele e sorriu.
- Tão... - ela começou e eu me preparei pro xingamento - Irritantemente lindo.
E, dizendo isso, ela sumiu. Pude ouvir ela descer as escadas correndo e o sorriso bobo não saía do meu rosto.
O plano tinha ido pro saco, mas tinha servido pra alguma coisa afinal.

* Olhe para as estrelas, olhe como elas brilham pra você e pra todas as coisas que você faz, yeah, elas eram todas amarelas. Eu vim junto, eu escrevi uma canção pra você e pra todas as coisas que você faz. E ela foi chamada de Amarelo.
Então eu esperei minha vez, oh que coisa para se fazer! E era tudo amarelo. Sua pele, oh sim, sua pele e seus ossos se tornam algo tão lindo. Você sabe? Você sabe que eu te amo tanto. (Coldplay - Yellow)

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Respostas:
Denis: Coom certeza õ/ Aii sim, quando fizer divulgo aqui :D bjo'


Um comentário:

  1. NOva seguidoraa moooo
    lindo o blog
    a fic
    é divaaa
    vc se expressa muito beem
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