23 novembro 2013

Never Too Late - Parte III


Malibu, Califórnia, 12 de Julho, sexta-feira.

Especialmente hoje a loja estava mais lotada que nunca! Em todo esse tempo trabalhando aqui, eu nunca atendi tantos clientes. Não que eu esteja reclamando, mas é que justo hoje o cliente que eu mais estava aguardando ainda não tinha aparecido, e isso estava me irritando profundamente. Lembro de ter lido no meu horóscopo algo como “As surpresas ainda não terminaram, saturno anda bem generoso com você, mas tudo tem seu tempo, não se precipite! No amor, não tenha medo de se jogar em uma nova paixão. Nas amizades, procure seguir os conselhos lhe dados, afinal, não tem nada melhor do que conselho de uma amiga preocupada. Nesse verão arrisque-se, não tenha medo de viver.” Eu queria me arriscar, eu queria não ter medo de viver, o único problema é que a oportunidade não chegava, e nem o John, o que me fazia chegar a conclusão de que ele não queria nada comigo, só comprar uma blusa e uma bermuda.
Foi então que quando menos esperei John já estava falando animadamente comigo e a única coisa que eu fazia era pensar “ele realmente veio hoje”. Preciso parar de pensar nas coisas que a Tiffany fala.

– Então, hoje eu vim comprar uma roupa especial e preciso da sua opinião. – John comentou sorrindo, aumentando minha cara de idiota.
– Qual a ocasião? – perguntei.
– Um encontro. – ele falou e meu sorriso sumiu gradativamente. – mas não sei se é um almoço ou um jantar, só sei que vou levá-la a um restaurante de frutos do mar.
– Uma camisa preta cairia bem – disse me recompondo. – já que você me falou que era desastrado com frutos do mar.
– Ótima idéia! – ele continuou sorrindo. – trás calças também, acho que essa combinação é infalível.
– Pode deixar, eu vou pegar.
– Cuidado com o olho ta? – ele riu e eu me amaldiçoei por ter me iludido com as besteiras que minha amiga fala.
Após provar algumas combinações de roupas, tentar começar várias vezes uma conversa comigo, e escolher a roupa ideal para o encontro, enquanto estava esperando sua vez no caixa, John me chamou.
– Você está tão quieta hoje, o que aconteceu? – ele perguntou preocupado e lindo.
– Nada, eu não estou me sentindo muito bem. – respondi cabisbaixa e envergonhada.
– Achei que tivesse ficado animada com o encontro. – ele falou confuso.
– E eu fiquei! Essa mulher realmente tem muita sorte. – disse e ele começou a rir me deixando completamente confusa.
– Kim, você não entendeu não é? – balancei a cabeça negativamente. – qual é o seu restaurante de frutos do mar preferido aqui em Malibu? – ele olhou significativamente pra mim, me fazendo entender que a tal mulher do encontro era eu.
– Ah! Você quer... – falei confusa e surpresa. – sair comigo?
– Será que você me daria à honra de te levar até o seu restaurante predileto? – ele sorriu.
– Cla-claro – gaguejei.
– Que tal amanhã? – ele ainda sorria, e com certeza estava achando graça da minha reação.
– Eu venho trabalhar de manhã, então na hora do almoço eu vou estar livre... – falei ainda em choque.
– Ótimo! Amanhã passo aqui na hora do almoço e você nos guia até o restaurante. – ele disse enquanto pagava a roupa.
– Tudo bem. – Olhei pra Tiffany que retribuía meu olhar ansiosamente e depois me virei na direção de John novamente.
– Tchau Kim. – ele me abraçou e eu pude sentir seu perfume invadir minhas narinas, me embriagando e fazendo com que um sorriso involuntário surgisse.
– Tchau John. Até amanhã. – falei enquanto ele se afastava e saía da loja.
Assim que Tiffany terminou de atender seu cliente, deu um jeito de se aproximar de mim e começar a me encher de perguntas.
– Ele me convidou pra sair. – falei e ela se calou na hora me olhando espantada.
– Eu disse! Eu sabia que ele tava a fim de você! Ai meu Deus! Você disse sim não é?
– lógico que eu disse sim! Ele vai passar aqui amanhã depois que eu for liberada pra irmos almoçar no meu restaurante favorito! – Eu disse com um sorriso maior que meu rosto.
– Ai como você é sortuda! Não deixa esse homem lindo escapar Kim! Se eu fosse você, eu o obrigaria a se casar comigo! – Ela falou fazendo com que caíssemos na risada.
– Só espero que dê tudo certo amanhã. – mordi meu lábio inferior.
– Lógico que vai dar tudo certo! Você é tão sortuda que ganharia até na loteria se jogasse. – ela revirou os olhos.
– Isso não é sorte – falei me lembrando do meu horóscopo. – isso é saturno que está generoso comigo e me enchendo de surpresas boas.
– Pois fale com saturno pra fazer isso comigo também, porque eu estou precisando urgentemente! – ela riu e foi atender um cliente que acabara de chegar à loja. Só o que posso fazer agora é torcer pra que eu não estrague tudo amanhã, e pra que saturno continue me reservando surpresas maravilhosas.

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